terça-feira, 19 de abril de 2016

Fatores Geométricos (Parte I)

Em radiologia, os fatores geométricos estão associados ao conceito de detalhe e distorção, os quais afetam de uma forma direta a qualidade da imagem radiográfica para o diagnóstico. Assim, fatores geométricos levarão em conta a relação tubo de RX, área anatômica (paciente) e receptor de imagens (RI). Também teremos as características do tubo de RX, ou seja, o seu ponto focal.
Desta forma, estes conceitos são aplicados tanto na radiologia convencional (revelação a úmido) bem como em sistemas radiológicos digitais (CR ou DR).
Associado a relação entre tubo de RX, paciente e RI, teremos as distâncias (Figura 1) presentes:

Figura 1: Distâncias presentes entre tubo de RX, área anatômica (paciente) e RI. Observe que, como referencial para as distâncias, teremos o tubo de RX.



  • Distância fonte - receptor de imagens (Dfri) (Source to Image Receptor Distance) e
  • Distância fonte - objeto (Dfonte-objeto) (Source to Object Distance).
A relação entre estas distâncias irá promover uma maior ou menor magnificação na imagem radiográfica, a qual irá afetar a qualidade radiológica para diagnóstico. Neste sentido, poderemos ter uma menor resolução ou nitidez em relação a área anatômica visualizada.

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Prof. João H. Hamann

sexta-feira, 15 de abril de 2016

5 R's da Radiobiologia

As radiações na área médica podem ser ionizantes ou não ionizantes. Podem ser empregadas tanto para o processo de formação de imagens (RX, TC e RM, por exemplo) ou para tratamento (como acontece na radioterapia).
Na área da radiobiologia (ciência que estuda os efeitos da radiação nos tecidos vivos) existe o conceito dos 5 R's. São eles:
  • Reparação;
  • Redistribuição;
  • Repopulação;
  • Reoxigenação e
  • Radiossensibilidade.
O conceito dos 5 R's é a fundamentação para o fracionamento da dose para tratamento do paciente na radioterapia (RXT). Assim, o fracionamento da dose total de radiação é uma forma de dividir em menores porções diárias a alta dose final necessária para o tratamento radioterápico. Isto ocorre porque na:
  • Reparação: refere-se ao reparo da lesão subletal (onde existe a possibilidade de reparo das fitas de dupla hélice do DNA, ou seja, um dano reversível) que ocorre com maior eficácia nos tecidos normais, uma vez que as células tumorais, de uma forma geral, apresentam maior quantidade de mitoses (reprodução celular) do que as células normais que as geraram, descontrole do ciclo celular e da ativação dos checkpoints para reparo (nas fases G1 e G2 do ciclo celular). Desta forma, o fracionamento oferece condições para otimização do tratamento, ao possibilitar o reparo dos tecidos normais;
  • Redistribuição: a sensibilidade das células a radiação tem relação com a fase do ciclo celular em que se encontram. Logo após a irradiação, de uma certa forma, as células "congelam" o seu ciclo celular e ativam os checkpoints de reparo. Se este processo não é possível, ocorre a morte celular. Assim, é interessante produzir um dano irreversível quando as células estão nas fases G2 e mitose (fases celular mais sensíveis a radiação). Após um intervalo de tempo, as outras células que se encontravam nas outras fases do ciclo (G1 ou S, por exemplo) voltam a progredir para as fases G2 ou mitose e têm chance de sofrerem um dano irreversível promovido pela radiação devido a nova fração da dose de tratamento que paciente receberá na sequência;
  • Repopulação: a repopulação refere-se principalmente a capacidade de crescimento das células tumorais que escaparam da morte radioinduzida. Desta forma, em um departamento de radioterapia (i) paciente não pode faltar as sessões diárias de tratamento e (ii) deve-se respeitar dose e tempo de tratamento, permitindo assim que novas células tumorais sejam erradicadas, não repopulando a massa tumoral;
  • Reoxigenação: boa parte das células tumorais apresentam a característica de serem pouca oxigenadas (células hipóxicas). A presença do  oxigênio (elemento químico altamente reativo) "fixa" os danos promovidos pela radiação através da radiólise da água na macromolécula do DNA. Com isso, ao fracionar a dose de tratamento (i) primeiramente promove a morte celular das células tumorais mais oxigenadas e (ii) permite o reparo dos vasos sanguíneos, os quais irão vascularizar melhor o tumor, ofertando assim mais oxigênio para as células tumorais hipóxicas;
  • Radiossensibilidade: refere-se as características celulares de cada tipo de célula, onde temos: capacidade de reparo, programação genética e a expressão de genes e proteínas, por exemplo. Cada tipo de tecido no corpo humano apresenta uma resposta diferente as radiações, seja para o processo de formação da imagem ou tratamento radioterápico.

Interação da radiação de forma direta ou indireta (através da radiólise da molécula de água) com a macromolécula de DNA. Podemos ter danos irreversíveis (causando a morte celular) ou danos subletais (permitindo a célula afeta ativar os checkpoints e com isso efetuar o reparo celular). 


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Prof. João H. Hamann