terça-feira, 28 de outubro de 2014

Pequeno Histórico sobre Geis Dosímetros

Os primeiros géis sensíveis a radiação foram desenvolvidos na década de 1950 por Day e Stein e analisavam a mudança de coloração. Estes géis continham fenol em sua composição química. Em 1957, Andrews e colaboradores realizaram medidas de dose depositada por feixe de elétrons e fótons X em géis utilizando agar. Estudos no ano de 1958 utilizando soluções derivadas e o próprio gel Fricke foram realizadas. Entretanto, Hoecker e Watkins (1958) descobriram um método alternativo de estudo. Este método era baseado na polimerização por radiação induzida de monômeros em soluções aquosas (MCJURY et al., 1999).

Entretanto, em 1984, Gore et al. (1984) associou o dosímetro Fricke a RM. Este dosímetro teria algumas características próprias:

  • Mudanças de características quando em contato com a radiação ionizante;
  • Alterações de parâmetros que seriam perceptíveis através da RM e 
  • Visível o caminho percorrido pela radiação quando em contato com o gel (GORE et al., 1984).

Diversos estudos utilizando o gel dosímetro Fricke foram realizados desde então. Gum et al. (2002) determinaram que para fantomas antropormórficos contendo tecidos não homogêneos, o gel Fricke associado a ressonância magnética era uma poderosa ferramenta para a verificação de planos de tratamento em radioterapia. O fantoma desenvolvido era da área anatômica da caixa torácica. Para a simulação dos tecidos moles (pulmões, coração e medula espinal) gel Fricke com uma baixa densidade foi utilizado. Uma diferença de 5% entre o planejamento de tratamento realizado virtualmente e o planejamento aplicado no fantoma fora encontrado. Esta diferença foi gerada devido a baixa relação sinal/ ruído na ressonância magnética (GUM et al, 2002). 

Oldberg et al. (2000) demonstraram que o íon Fe+2 difundido em gel dosímetro Fricke de baixa densidade (simulando tecidos pulmonares) era confiável para medidas de dose absorvida em fantomas que simulavam a caixa torácica (OLDBERG, 2002).

Chu et al. (2000) conduziram estudos com uma variação do gel dosímetro Fricke, onde este novo sistema tinha uma baixa difusão dos íons Fe+3. Assim, o gel baseado com a adição de álcool polivínilico e hidrogéis foram desenvolvidos e estudados para a dosimetria tridimensional em radioterapia. Devido a sua transparência, o hidrogel Fricke pode ter imagens geradas pela ressonância magnética e pela tomografia óptica (CHU  et al., 2000).

Entretanto, a maior desvantagem na utilização do gel Fricke para dosimetria é o rápido processo de difusão dos íons férricos dentro da solução dosimétrica. Através dessa ação ocorre um processo de perda de informação, ou seja, uma menor resolução espacial no registro de dose. Essa perda é maior quanto maior for o tempo passado entre a irradiação do gel Fricke e o imageamento das amostras (SCHREINER, 2004, GAMBARINI et al., 2006).

Porém, em 1993, Maryanski et al. (1993) propôs o gel com as seguintes características:

  • Utilização de monômeros derivados do ácido acrílico e agentes de ligações cruzadas;
  • Solução de gel baseada em agarose e
  • Estabilidade dimensional na região polimerizada (MARYANSKI et al., 1993).

Professor João Henrique Hamann

Coluna Vertebral (Parte II)



Vértebra Típica

Uma vértebra típica é dividida em 2 partes: (i) corpo e (ii) arco vertebral (Figura 1). Convém lembrar que entre (i) e (ii) temos a presença do forame vertebral (Figura 2).

Na região de corpo vertebral (estrutura anterior de uma vértebra), como principais estruturas teremos as faces rugosas superior e inferior. Nas faces rugosas ocorre o processo de fixação do disco fibrocartilaginoso (Figuras 1 e 2).

Já na região de arco vertebral (parte posterior) possuímos as principais estruturas ósseas de uma vértebra típica (Figuras 1 e 2). A saber, as principais são: pedículo (responsável pela união do corpo com o arco vertebral), processo espinhoso (estrutura mais posterior), processo transverso (estruturação óssea lateral em ambos os lados do arco vertebral), incisuras vertebrais (superior e inferior), lâmina (entre os processos transversos e espinhoso) e processos articulares (superior e inferior).

Convém lembrar que a anatomia aqui tratada é perceptível em imagens radiográficas das regiões de coluna cervical, torácica e lombar nas projeções em AP, Perfil ou Oblíquas.




Figura 1: Vista lateral de uma vértebra típica. Na imagem, tente identificar as estruturas numeradas baseado nas informações contidas no texto. (Alterado de http://facstaff.gpc.edu/~jaliff/axskel.htm)



Figura 2: Vista superior de uma vértebra típica. Novamente, tente identificar as estruturas numeradas na imagem com as informações disponíveis no texto. (Alterado de Netter)



Professor João Henrique Hamann
 

domingo, 19 de outubro de 2014