Os
primeiros géis sensíveis a radiação foram desenvolvidos na década de 1950 por
Day e Stein e analisavam a mudança de coloração. Estes géis continham fenol em
sua composição química. Em 1957, Andrews e colaboradores realizaram medidas de
dose depositada por feixe de elétrons e fótons X em géis utilizando agar.
Estudos no ano de 1958 utilizando soluções derivadas e o próprio gel Fricke
foram realizadas. Entretanto, Hoecker e Watkins (1958) descobriram um método
alternativo de estudo. Este método era baseado na polimerização por radiação
induzida de monômeros em soluções aquosas (MCJURY et al., 1999).
Entretanto,
em 1984, Gore et al. (1984) associou
o dosímetro Fricke a RM. Este dosímetro teria algumas características próprias:
- Mudanças de características quando em contato com a radiação ionizante;
- Alterações de parâmetros que seriam perceptíveis através da RM e
- Visível o caminho percorrido pela radiação quando em contato com o gel (GORE et al., 1984).
Diversos
estudos utilizando o gel dosímetro Fricke foram realizados desde então. Gum et al. (2002) determinaram que para
fantomas antropormórficos contendo tecidos não homogêneos, o gel Fricke
associado a ressonância magnética era uma poderosa ferramenta para a
verificação de planos de tratamento em radioterapia. O fantoma desenvolvido era
da área anatômica da caixa torácica. Para a simulação dos tecidos moles
(pulmões, coração e medula espinal) gel Fricke com uma baixa densidade foi
utilizado. Uma diferença de 5% entre o planejamento de tratamento realizado
virtualmente e o planejamento aplicado no fantoma fora encontrado. Esta
diferença foi gerada devido a baixa relação sinal/ ruído na ressonância
magnética (GUM et al, 2002).
Oldberg
et al. (2000) demonstraram que o íon
Fe+2 difundido em gel dosímetro Fricke de baixa densidade (simulando
tecidos pulmonares) era confiável para medidas de dose absorvida em fantomas
que simulavam a caixa torácica (OLDBERG, 2002).
Chu
et al. (2000) conduziram estudos com
uma variação do gel dosímetro Fricke, onde este novo sistema tinha uma baixa
difusão dos íons Fe+3. Assim, o gel baseado com a adição de álcool
polivínilico e hidrogéis foram desenvolvidos e estudados para a dosimetria
tridimensional em radioterapia. Devido a sua transparência, o hidrogel Fricke
pode ter imagens geradas pela ressonância magnética e pela tomografia óptica (CHU et al.,
2000).
Entretanto,
a maior desvantagem na utilização do gel Fricke para dosimetria é o rápido
processo de difusão dos íons férricos dentro da solução dosimétrica. Através
dessa ação ocorre um processo de perda de informação, ou seja, uma menor
resolução espacial no registro de dose. Essa perda é maior quanto maior for o
tempo passado entre a irradiação do gel Fricke e o imageamento das amostras (SCHREINER, 2004, GAMBARINI et al., 2006).
Porém,
em 1993, Maryanski et al. (1993)
propôs o gel com as seguintes características:
- Utilização de monômeros derivados do ácido acrílico e agentes de ligações cruzadas;
- Solução de gel baseada em agarose e
- Estabilidade dimensional na região polimerizada (MARYANSKI et al., 1993).
Professor João Henrique Hamann
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