segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Produção da Radiação X (Animação)

Vídeo animação demonstrando a produção das radiações de frenamento e característica em um tubo de Raios X. Demonstra também a influência das radiações (produzidas) nos espectros contínuo e característico quando analisados em função do seu comprimento de onda.


 Cálculo de densidade de elétrons para um átomo (http://www.orc.soton.ac.uk/xray.html) 

Prof. João H. Hamann

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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Técnica de Avaliação de Imagem PACEMAN

PACEMAN é um conjunto de  técnicas para a avaliação da qualidade da imagem radiográfica.

Esta ferramenta de avaliação foi desenvolvida pela primeira vez na década de 1980 em Adelaide (Austrália) por Roger Windle no sentido de ajudar e ao mesmo tempo orientar médicos radiologistas, técnicos, tecnólogos e estudantes da área da radiologia a avaliarem a qualidade da imagem radiográfica. Desde então, esta técnica tem sido amplamente utilizada.

PACEMAN é um acrômio (do inglês) associado a:
  • Posição
  • Área
  • Colimação
  • Exposição
  • Marcadores
  • Aesthetics (estética) e
  • Nome

PACEMAN é uma analogia a PACMAN (jogo mundialmente conhecido e jogado na década de 1980)

Onde:

(P) - Posição: aqui é considerado o posicionamento do paciente para a realização da projeção.

  • Paciente foi posicionado corretamente? 
  • Não está rodado ou inclinado? 
  • Plano corporal está alinhado? 

(A) - Área: refere-se as estruturas que serão visualizadas. Assim, perguntas como:

  • É realmente a área anatômica de interesse? 
  • Estruturas importantes não foram cortadas? 
  • RC está corretamente localizado em relação a região? 
Devem ser realizadas quando for avaliar a região anatômica estudada.

(C) - Colimação: outro fator importante tanto para a qualidade da imagem radiográfica bem como para a radioproteção. Assim, na imagem deve aparecem as bordas de colimação e somente a área anatômica de interesse primário devem ser visualizadas.

(E) - Exposição: questões como:

  • Valor de técnica é adequado?
  • Escala de tons de cinza bem como densidade óptica (ou brilho em sistemas digitais) são próprios para a área anatômica?
  • Paciente apresenta patologias / sistema de imobilização / corpo estranho, quais as correções que devo efetuar?
Novamente, devem ser levantadas e respondidas satisfatoriamente. Lembrando que imagens subexpostas ou superexpostas podem levar a um laudo médico impreciso (necessitando repetição de incidências) e até mesmo errado.

(M) - Marcadores: 

  • Marcadores indicando o lado do paciente (direito ou esquerdo) foram colocados corretamente na imagem? 
  • Marcador não se sobrepõem com área anatômica?
  • Marcador foi colocado de forma correta para indicar se paciente estava em decúbito ou ortostático?
Perguntas assim devem ser efetuadas em relação a utilização de marcadores no momento de realização da projeção radiográfica.

(A) - Aesthetics (Estética): 

  • Imagem ficou centralizada em relação ao receptor de imagens?
  • Imagem apresenta tons de cinza e D.O. (ou brilho) adequados?
  • Aparecem as quatro bordas de colimação?

(N) - Nome:


  • Paciente foi identificado corretamente nas projeções realizadas?
  • Tenho identificação do técnico ou departamento de radiologia nas imagens?



Assim, cada um destes fatores afeta a qualidade final da imagem radiográfica como um todo. Desta forma, cada conjunto de fatores deve ser lembrado e efetuado no momento da exposição do paciente.




Prof. João H. Hamann

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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Radiologia para o Trauma (Parte I)

Profissionais das técnicas radiológicas sabem que a qualidade da imagem radiográfica pode muitas vezes ser comprometida.

Esta alteração de qualidade pode ocorrer com pacientes que sofreram um trauma agudo (paciente com lesões graves), onde a sua mobilidade e capacidade de cooperar são reduzidas consideravelmente na maioria dos casos.

A um primeiro momento temos uma situação irônica, pois (i) pacientes com trauma agudo necessitam de imagens com a mais alta qualidade radiográfica para um diagnóstico confiável no sentido de detectar as lesões promovidas pelo trauma, mas (ii) devido as suas condições, principalmente a sua incapacidade em cooperar, as imagens geradas apresentam qualidade para diagnóstico muitas vezes reduzidas e comprometidas.

Desta forma, profissionais das técnicas radiológicas que trabalham em setor de emergência devem ter um conhecimento especializado no sentido de entenderem quais são os fatores que reduzem a qualidade da imagem e como minimizar os seus efeitos. Com isso, esta série de postagens busca de uma forma sucinta apresentar os principais pontos que todo técnico ou tecnólogo em radiologia deve estar atento no momento que estiver gerando imagens radiográficas de pacientes com lesões graves. Assim, estes pontos são:
  • Avaliar as condições do paciente,
  • Planejar o exame,
  • Adaptação de técnica (posicionamento do paciente, feixe de raios X, tipo de lesão),
  • Condições do paciente, 
  • Equipamentos e recursos para a formação da imagem (sistema de imobilização, colimação, distâncias, tipo de maca, por exemplo) e
  • Fatores de exposição.

 Imagem de paciente com trauma demonstrando deslocamento de vértebras entre C5 e C6
(Fonte: Clark´s - Positioning in Radiography)

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Prof. João H. Hamann

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Seios Paranasais

Ossos pneumáticos são ossos que apresentam cavidades ocas preenchidas com ar em certos ossos da região de cabeça. Esses ossos pneumáticos são: frontal, etmoide, esfenoide, temporal e maxilares.

O que irá caracterizar se é ou não um  seio paranasal é o contato direto com a cavidade nasal, ou seja, o ar que circula nesta cavidade também circula nos seios paranasais. Assim, teremos os seios:
  • Frontal: localizado na região de corpo do osso frontal, acima da região de násio,
  • Etmoidais: constituído por diversas células aéreas, se localizam dentro da cavidade nasal. Em  determinadas projeções PA aparecem entre as margens orbitais, 
  • Esfenoidal: localizado abaixo da sela túrcica (corpo do esfenoide) e posterior as células etmoidais, 
  • Maxilares: localizados na região de face. Têm aspecto piramidal e entre todos os seios paranasais são os maiores.
Através das Figuras 1 e 2 temos uma localização espacial e anatômica dos seios paranasais na região de cabeça.

Figura 1 - Vista anterior da região de cabeça. As linhas escuras indicam a localização anatômica dos seios paranasais.

Figura 2 - Vista transversal, onde visualizamos a região de base de crânio. As linhas escuras realçam a localização anatômica  dos seios paranasais.


Lembrando que o osso temporal é um osso pneumático, porém as células mastoideas não são consideradas como seios paranasais devido ao não contato direto com a cavidade nasal. Células mastoideas se comunicam com a região de faringe através das tubas auditivas.


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Prof. João H. Hamann

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Interação da Radiação com a Matéria

Na área do radiodiagnóstico, a radiação eletromagnética em função da sua faixa de energia (a qual é produzida no tubo de raios X), pode interagir com a matéria (neste caso a área anatômica do paciente, seja nos raios X convencional ou digital, TC, hemodinâmica ou mamografia) através das seguintes formas:

  • Espalhamento Coerente;
  • Efeito fotoelétrico e 
  • Efeito Compton.

ESPALHAMENTO COERENTE:
Nesta forma de interação, o fóton irá (i) interagir com a matéria (átomo) e terá a sua trajetória alterada; (ii) não ocorre a absorção do fóton pelo meio no qual ele interage; (iii) sua energia final (espalhamento) é igual a sua energia inicial e (iv) para a imagem radiográfica contribui para um aumento no fator "base + véu"


EFEITO FOTOELÉTRICO:
Neste processo, o fóton interage com elétrons fortemente ligados (interação com o átomo), desaparecendo totalmente, tendo como resultado a expulsão de um elétron, geralmente da camada K do átomo (Figura 1).

Figura 1  - Efeito fotoelétrico. Lembrando que esta forma de interação ocorre com os elétrons mais internos dos orbitais do átomo

Este acontecimento é chamado de "efeito fotoelétrico" ou "absorção fotoelétrica".
Podemos matematicamente escrever através da equação

Onde
          Etr = energia cinética transferida ao elétron;
          hv = energia do fóton incidente;
          Wo = energia de ligação do elétron ao átomo.

Observação:
O efeito fotoelétrico é predominante no processo de formação das imagens mamográficas. 

EFEITO COMPTON:
Raios X com energias moderadas, que também são utilizados para o radiodiagnóstico médico podem interagir com elétrons de outras camadas eletrônicas do átomo. Com este tipo de interação, o fóton não é apenas espalhado, mas tem sua energia diminuída, além de gerar o processo de ionização do átomo. Este processo é denominado de Efeito Compton ou Espalhamento Compton.

Para que ocorra este processo, o fóton incidente interage com elétrons das camadas mais externas do átomo, ejetando estes elétrons. Assim, o átomo fica ionizado e o fóton continua sua trajetória, porém com uma energia menor do que sua energia antes do processo de ionização (Figura 2).

Figura 2 - Efeito ou Espalhamento Compton

A energia cedida ao elétron é igual à energia de ligação do elétron a uma certa camada em que ele esteja orbitando mais a energia cinética com a qual ele é ejetado do átomo. 

Matematicamente isto pode ser representado pela equação


Onde
          Ei = energia do fóton incidente;
          Es = energia do fóton espalhado;
          Eb = energia transferida ao elétron;
          Eke = energia cinética do elétron.

Durante a interação Compton, grande parte da energia é dividida entre o fóton espalhado (hv’) e o elétron secundário (e-), também denominado de elétron Compton. Normalmente o fóton espalhado retém maior parte da energia. Ambos, o fóton espalhado e o elétron secundário devem ter energia suficiente para produzirem mais processos de ionização até a sua perda total de energia. Assim, o fóton espalhado será absorvido gerando o efeito fotoelétrico e o elétron secundário preencherá algum buraco em uma camada eletrônica de um átomo criado por um outro evento de ionização.

Fótons por efeito Compton podem ser espalhados em várias direções, até mesmo a 180° graus. Para uma deflexão de 0°, não há transferência de energia. Quando o ângulo de deflexão aumenta para 180°, mais energia é transferida para o elétron secundário. Porém, mesmo para um ângulo de 180°, o fóton espalhado retém uma energia próxima de dois terços da energia original.

Fótons espalhados na direção do feixe incidente são denominados de radiação retroespalhada. Este tipo de radiação é de considerável importância na radioterapia.

A probabilidade para que um dado fóton sofra uma interação Compton é uma função complexa da energia do fóton incidente. Geralmente esta probabilidade diminui com o aumento da energia do fóton. A probabilidade de interação Compton não depende do número atômico do alvo.

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Prof. João H. Hamann

quinta-feira, 30 de junho de 2016

História da Anatomia Seccional do Encéfalo (Parte II)

Continuando os nossos estudos, apresentamos mais algumas datas e fatos históricos associados aos estudos anatômicos do cérebro:

  • Em 1543, Andre Vesalius, professor de anatomia e cirurgia na Universidade de Pádua (Itália) descreve pela primeira em detalhes um corte realizado transversalmente no encéfalo. Este trabalho foi publicado em seu livro texto de anatomia "De Humani Corporis Fabrica", o qual continha textos e 323 ilustrações. Jean Stéphane Caillé sob a supervisão de Vesalius realizou as imagens e Vesalius (i) organizou o texto de tal forma que, combinado com as iconografias dava uma maior riqueza de detalhes anatômicos, (ii) foi o primeiro a diferenciar substância cinza de substância branca, (iii) corrigiu erros de Galeno, como por exemplo, a importância de realizar a autópsia e (iv) suas imagens (principalmente nos cortes horizontais) foram utilizadas como referências para estudos médicos por mais de dois séculos (Figura 1);
Figura 1 - Representação com maior exatidão do cérebro e ventrículos em um plano horizontal (Andre Vesalius, 1543)

  • . Contemporâneo a época de Vesalius, Sylvius Jacques Dubois (1478 - 1555) considerado como rival ao primeiro, contribuiu com o conhecimento anatômico evidenciando e nomeando as maiores estruturas cerebrais, tais como: fissura silviana, artéria de Sylvio e o arqueduto de Sylvio, por exemplo;
  • Em 1572, Varole (Bolonha, Itália) inovou o processo de dissecação (aproximando ao que ele é praticado atualmente) quando publicou o seu trabalho associado ao nervo óptico. Assim, seu método consistia em remover o encéfalo da calota craniana e visualizar a sua região ventral (base). Entretanto, um maior detalhamento anatômico da região ventral do cérebro ainda se fazia necessário para a época (Figura 2);
Figura 2 - Visão da região ventral do encéfalo destacando os nervos e o quiasma óptico (Varoli, edição de 1591)

  • Em 1647, Vesling (anatomista alemão) lança seu livro texto de anatomia descrevendo estruturas importantes tais como: corpo caloso, plexo coroide e hipocampo.

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Prof. João H. Hamann

quinta-feira, 23 de junho de 2016

História da Anatomia Seccional do Encéfalo (Parte I)

A anatomia morfológica associada a região do encéfalo levou quatro séculos para alcançar o patamar que apresenta hoje. Entretanto, a sua representação por imagens radiográficas se desenvolve também de forma lenta, mas apresentando um progressivo e grande refinamento nas imagens geradas.

Barreiras e restrições foram criadas na Idade Média, as quais impediam o crescimento científico em diversas áreas. Com a fase do Renascimento aconteceu um processo contrário, ou seja, a humanidade teve uma grande explosão de conhecimentos científicos, algo que até então não ocorrera.

Dissecações anatômicas eram proibidas tanto por religiosos quanto por autoridades. Isto, de certa forma, impedia o avanço e o conhecimento na área médica. Mas, mesmo assim, em 1363 Mundino dei Luzzi realiza a primeira dissecação manual e publica os seus resultados em "Anathomia".

Avicenna é referenciando como a primeira pessoa a representar através de imagens o cérebro humano (em torno de 1000 a.C.). Em seus estudos, Avicenna descrevia o cérebro dividido em três compartimentos ou ventrículos: senso comum, julgamento e memória. Isto também foi descrito por Magnus Hundt em 1501 no seu livro "Antologia do Conhecimento".

Entretanto, quase uma década antes a publicação de Hundt, Leonardo da Vinci já havia realizado diversas dissecações (e documentadas as mesmas através de imagens) em relação ao encéfalo humano. A ele é creditado a primeira imagem em corte sagital demonstrando os ventrículos laterias e o quiasma óptico (Figura 1). Infelizmente, as suas imagens foram mantidas em segredo, sendo descobertas somente ao final do século catorze.

Figura 1 - Ventrículos cerebrais (Leonardo da Vinci, 1490)

Outras datas importantes em relação as imagens e estudos anatômicos do cérebro:
  • Em 1523, Giacomo Berengario di Carpi, professor de cirurgia em Bolonha publica o primeiro livro texto de anatomia intitulado "Isagoge Breves". O cérebro era representado de forma análoga as alças do intestino delgado ("ventre superior"). Entretanto, ventrículos laterais e plexo coroide eram perfeitamente representados nas imagens anatômicas;
  • Em 1536, Johannes Eichmann (anatomista alemão) demonstra o encéfalo através da primeira imagem em corte transversal da área anatômica (Figura 2). Porém, a imagem é  pobre em detalhes e falta o conceito de perspectiva associada a ela. A imagem apresentava os ventrículos cerebrais e as "alças cerebrais" (sulcos e giros cerebrais). Com isso, Eichmann tenta representar áreas anatômicas mais profundas do encéfalo, iniciando o conceito de anatomia seccional.
Figura 2 - Corte transversal demonstrando uma região mais profunda do encéfalo (isso é evidenciado através do ventrículos cerebrais). A imagem representa também os sulcos e giros cerebrais (alças cerebrais). Ela não detalha tão bem a região anatômica e falta a ideia de perspectiva (aqui ela é vista em um ângulo superior esquerdo, sem perspectiva).


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