quinta-feira, 12 de março de 2015

Dosimetria por Geis (Parte I)


Muitas das técnicas recentemente desenvolvidas na área da radioterapia, tais como o planejamento de tratamento em três dimensões (3D), terapia por intensidade modulada do feixe (IMRT), radioterapia (conformal e convencional) e radiocirurgia estereotáxica levaram a um aumento na complexidade do tratamento oncológico por radiação. Todas estas técnicas são usadas para reduzir a toxicidade gerada no tratamento por meio da otimização da dose no volume-alvo, minimizando assim a irradiação de estruturas radiossensíveis ou saudáveis adjacentes à região tumoral. Reduzindo a área de irradiação a mais próxima do volume-alvo, aumenta-se a exatidão do sistema de tratamento bem como a dose depositada no volume-tumoral. Desta forma, programas confiáveis são necessários para que assegure sistematicamente uma grande qualidade e confiança sobre todo o processo de planejamento, tratamento e entrega de dose no volume-alvo (MEEKS et al., 1999).

Os métodos padrões de dosimetria para este propósito utilizam dosimetria por filme, dosímetros termoluminescentes (TLDs) ou câmaras de ionização. Todos estes são métodos bidimensionais para medições de dose (BANKAMP e SCHAD, 2003). Estes dosímetros não medem a distribuição de dose no espaço tridimensional, restringindo-se apenas a duas dimensões e em apenas determinados pontos de análise. Alguns dosímetros dependem da energia e posicionamento angular do feixe de radiação para correta leitura (CRUZ, 2003).

Assim, o uso de tais detectores está também associado a problemas adicionais: alguns têm o volume relativamente grande, o que impossibilita a medida em regiões de alto gradiente de dose, além de limitarem a definição da resolução espacial da dose; os detectores não são equivalentes ao tecido humano, tendo a possibilidade de perturbar os campos de radiação (BANKAMP e SCHAD, 2003, CRUZ, 2003).

Nos centros brasileiros de tratamentos radioterápicos, o sistema mais frequentemente utilizado na dosimetria clínica, e que é capaz de traçar parcialmente distribuições de dose 3D, é um fantoma de posicionamento preenchido com água e conectado a um detector pontual (câmaras de ionização ou detectores semicondutores, por exemplo). Infelizmente este sistema não permite que sejam traçadas distribuições complexas de dose formadas pela sobreposição de diferentes feixes de radiação; também não permite registrar a distribuição integral da dose no espaço (CRUZ, 2003).

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Prof. João H. Hamann
 

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